ATA DA QUINQUAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 16-6-2011.

 


Aos dezesseis dias do mês de junho do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini, DJ Cassiá, Dr. Raul Torelly, João Carlos Nedel, Maria Celeste, Nelcir Tessaro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sofia Cavedon, Toni Proença e Waldir Canal. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, Ismael Heinen, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Mauro Zacher, Paulinho Rubem Berta, Pedro Ruas, Sebastião Melo e Tarciso Flecha Negra. À MESA, foi encaminhado, pelo vereador Adeli Sell, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 007/11 (Processo nº 1483/11). Do EXPEDIENTE, constaram os Ofícios nos 110, 369, 536, 545, 633, 1448, 1454, 1728, 1853, 2553, 2554 e 2676/11, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Airto Ferronato, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no dia de ontem. Após, a senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, do senhor Beto Rigotti e da senhora Marlise Nedel Machado, respectivamente Presidente e integrante da Associação Cristóvão Colombo, e do senhor Valentin Cruz, organizador do II Festival Internacional de Tango de Porto Alegre, convidando-os a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à senhora Marlise Nedel Machado, que divulgou atividades do II Festival Internacional de Tango de Porto Alegre, a ocorrer do dia vinte e três ao dia vinte e seis de junho do corrente. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores João Carlos Nedel, Aldacir José Oliboni, Fernanda Melchionna, Ismael Heinen, Mauro Zacher, Dr. Raul Torelly, Airto Ferronato e Elói Guimarães manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. A seguir, a senhora Presidenta concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, aos senhores Beto Rigotti e Valentin Cruz e à senhora Marlise Nedel Machado. Às quatorze horas e quarenta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e quarenta e cinco minutos, constatada a existência de quórum. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do artigo 180, § 4º, do Regimento, a debater o tema “Cardiopatia Congênita”. Compuseram a Mesa: a vereadora Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; a senhora Daiane Amorim de Azevedo Renosto, representando o Núcleo Porto Alegre da Associação dos Amigos das Crianças Cardiopatas; e o senhor Valdemir Antônio Renosto Júnior, juntamente com seu filho, Gustavo Amorim de Azevedo Renosto. Após, a senhora Presidenta concedeu a palavra, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso I, à senhora Daiane Amorim de Azevedo Renosto, que se pronunciou sobre o tema em debate. Durante o pronunciamento da senhora Daiane Amorim de Azevedo Renosto, foi realizada apresentação de audiovisual referente ao tema abordado por Sua Senhoria. Em COMUNICAÇÕES, nos termos do artigo 180, § 4º, inciso III, do Regimento, pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Dr. Raul Torelly, Aldacir José Oliboni, Airto Ferronato, Ismael Heinen e Elói Guimarães. Em prosseguimento, a senhora Presidenta concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, à senhora Daiane Amorim de Azevedo Renosto. Na oportunidade, a senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, de alunos, das professoras Rochele Cristina Silva, Ester Joseane Cardoso e Fabiane Soares e das estagiárias Thaís Nunes da Rocha, Liane Bastos, Maria Anacleta, Adriana Possa e Sandra Melo, do Colégio Estadual Engenheiro Ildo Meneghetti, e de jovens da Legião da Boa Vontade, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Às quinze horas e trinta e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, manifestaram-se os vereadores Aldacir José Oliboni, em tempo cedido pelo vereador Adeli Sell, e Sebastião Melo, em tempo cedido pelo vereador Airto Ferronato. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Elói Guimarães, DJ Cassiá, este pelo Governo, Mario Fraga, Idenir Cecchim, Ismael Heinen e Aldacir José Oliboni. Na oportunidade, por solicitação do vereador Aldacir José Oliboni, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma à senhora Geci Lautert Prates, falecida no dia de hoje. Também, foi apregoado o Memorando nº 035/11, de autoria do vereador Adeli Sell, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia de hoje, no I Fórum de Mobilidade Urbana de Porto Alegre e Região Metropolitana, às quatorze horas, no Hotel Plaza São Rafael, em Porto Alegre. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Legislativo nos 069, 079 e 080/11 e o Projeto de Lei do Executivo nº 021/11. Durante a Sessão, o vereador DJ Cassiá manifestou-se sobre assuntos diversos. Às dezesseis horas e quarenta e um minutos, nada mais havendo a tratar, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelo vereador DJ Cassiá e secretariados pelo vereador Toni Proença. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra.

O SR. DJ CASSIÁ: Verª Sofia Cavedon, nossa Presidente; eu só quero comunicar às colegas e aos colegas que nós não estávamos aqui às 14 horas, porque nós estamos numa reunião da Mesa Diretora. Quero aproveitar para comunicar que temos alguns pontos de tanta importância como os que estaremos discutindo nesta tarde, nesta Sessão aqui, para decidirmos, com prazo, na Mesa Diretora. Então, estou aqui justificando a minha ausência e a ausência do Ver. Waldir Canal e do Ver. Toni Proença, pois estamos nessa reunião extraordinária da Mesa Diretora. Muito obrigado, Presidente.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Eu agradeço. Espero que V. Exª ajude a avançar, para terminarmos esse tema. Muito obrigada.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje tratará de assunto relativo ao II Festival Internacional de Tango de Porto Alegre, organizado pela Associação Cristóvão Colombo, entidade que solicitou este espaço. Eu convido a compor a Mesa o Sr. Beto Rigotti, Presidente da Associação Cristóvão Colombo; seja muito bem-vindo, Beto; o Sr. Valentin Cruz, organizador do II Festival Internacional de Tango de Porto Alegre.

A Srª Marlise Nedel Machado, representando a Associação Cristóvão Colombo, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos, para tratar de assunto relativo ao II Festival Internacional de Tango de Porto Alegre.

 

A SRA. MARLISE NEDEL MACHADO: Muito boa-tarde, então; boa-tarde, Verª Sofia Cavedon, Presidente da Câmara; demais Vereadores e Vereadoras, meu nome é Marlise Machado, estou aqui falando em nome da Associação Cristóvão Colombo, presidida pelo Sr. Beto Rigotti, que já é uma associação há 41 anos, servindo à comunidade, e que, em 1992, recebeu a declaração de utilidade pública. Venho falar um pouquinho sobre a II Edição do Festival Internacional de Tango de Porto Alegre, que acontece, agora, de 23 a 26 de junho, no feriado de Corpus Christi. Existem mais de mil festivais de tango pelo mundo todo, pela importância que tem esse ritmo que se espalhou, e que, desde 2009, é considerado Patrimônio da Humanidade pela UNESCO. Porto Alegre tem uma história muito íntima com o tango. O primeiro tango gravado na América Latina foi feito aqui em Porto Alegre, em 1914. Culturalmente, a nossa Cidade e o nosso Estado muito se aproximam das origens rio-platenses: o culto pelo mate, pela carne, pela música; nossas culturas são muito similares. O Festival acontece durante quatro dias, mais uma vez, como no ano passado. Trazemos artistas argentinos e brasileiros, músicos, bailarinos, professores; são quatro dias de atividades intensas, de cursos, bailes e espetáculos. E, como já é tradição da tangueira, fazemos uma festa aberta para a população. A festa de encerramento será no Centro Cultural 25 de Julho, na tarde do dia 26, domingo, quando teremos uma série de apresentações artísticas. Faremos arrecadação para doação – o ingresso será a doação de dois quilos de alimentos perecíveis a longo prazo ou dois agasalhos. Estaremos doando para duas entidades, com as quais já temos parceria há algum tempo: a Clínica Esperança, que trata de crianças de zero a 14 anos, a maioria portadora do HIV, e o Lar Santo Antônio dos Excepcionais. Então, gostaríamos de divulgar e pedir o apoio desta Casa, lembrando da importância turística e cultural. Este ano, além dos participantes do interior do Rio Grande do Sul, de várias cidades, temos participantes do Rio de Janeiro, de Taubaté, de São Paulo, de Minas Gerais, de Criciúma, temos até um participante de Paris, pelo tamanho do Festival. O Profº Valentin Cruz, que é argentino, que foi a pessoa que trouxe o tango para o Estado, é a pessoa responsável por divulgá-lo. Divulgamos muito, também, na cidade de Buenos Aires, razão pela qual o Festival tem crescido. Convido todos, e peço a esta Casa que olhe com bons olhos para este evento, que considere a possibilidade de incluí-lo no calendário turístico cultural desta Cidade. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Convido a Marlise para compor a Mesa conosco. Por favor, Marlise. (Pausa.)

O Ver. João Carlos Nedel, que intermediou essa bela notícia, está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Professora Sofia Cavedon, Presidente desta Casa; amigos Beto Rigotti, minha prima Marlise Nedel Machado – ela é muito tímida, não falando “Nedel”, é por pura timidez –, e Valentin Cruz, nosso Professor; o II Festival de Tango em Porto Alegre é muito importante para a Frente Parlamentar do Turismo desta Casa, Verª Sofia, porque vai incluir a Cidade nos festivais internacionais de tango. Como a Marlise falou, existem mais de mil festivais no mundo, mas Porto Alegre é especial. Estaremos, nos dias 23, 24, 25 e 26, todas as noites, com bailes de tango e milonga, lá no Clube 25 de Julho. Haverá, no dia 24, um show, lá no CIEE, com artistas argentinos e brasileiros. É impressionante, Verª Sofia, que Porto Alegre tenha, acho, uns 300 casais que dançam tango. A gente fica maravilhado ao ver a beleza da dança dessa cultura importante da nossa Cidade. Nós estamos próximos ao Prata, por isso temos essa sintonia muito próxima. Então, eu faço o convite: baile todas as noites, lá no Clube 25 de Julho, show lá no CIEE. No domingo à tarde, um baile popular, com presença livre, e a gente quer convidar a população de Porto Alegre. Eu já sei que tem até um turista da França confirmado para este Festival; também gente do Rio de Janeiro, de São Paulo, de Belo Horizonte. Vereadora Sofia, até de São Luiz Gonzaga vem! E o Ver. Heinen me falou que de Ijuí também vem. Muito obrigado, que esse Festival seja um grande sucesso. Eu quero agradecer à Associação Cristóvão Colombo por patrocinar esta vinda aqui. A Associação é uma entidade que funciona há muito tempo para o bem de Porto Alegre, especialmente do bairro Floresta. Muito obrigado, Beto Rigotti.

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Saúdo a nossa Presidente, Verª Sofia; os nossos convidados de hoje, a Associação Cristóvão Colombo, e quero dizer da enorme alegria de recebê-los aqui e da importância que tem esse evento, o II Festival Internacional do Tango. Uma das solicitações trazidas pela oradora, a Srª Marlise, é que esse Festival entre no Calendário Oficial de Eventos da nossa Cidade. Que bom que isso aconteça, porque nós percebemos que, das grandes belezas que Porto Alegre tem, esse é um momento importante para que outras pessoas também, não só de Porto Alegre, mas do Estado, do País e do mundo, conheçam esse evento tão importante. Muitas vezes, a maioria das pessoas vai à Argentina, ou a outros lugares, por serem lugares que têm sido referência para o resto do mundo. Então, quem sabe Porto Alegre se torne um roteiro importante, e as pessoas, ao invés de saírem da Cidade, por exemplo, no próximo feriadão, fiquem em Porto Alegre, assistindo a um evento internacional, por que não? Em nome da Bancada do PT, queremos parabenizá-los e dizer que, com certeza, se vier um projeto de lei, uma iniciativa do Governo, ou da Mesa Diretora da Câmara, no sentido de tornar o Festival um evento turístico, nós apoiaremos, em razão da importância desse evento. Ver. Nedel, parabéns pela iniciativa! Um grande abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Marlise, em nome da Bancada do PSOL, eu venho parabenizar a iniciativa, a organização do evento, e dizer que, para nós, o tango sempre se associa à Argentina. Então, foi uma bela novidade que tu nos trouxeste hoje ao dizer que a primeira gravação de tango na América Latina ocorreu em solo brasileiro e que, dentre os nossos compositores populares, nós tivemos dezenas que compuseram tangos maravilhosos que seguem, até hoje, embalando casais argentinos e brasileiros. Quero dizer da nossa satisfação, em meu nome e em nome do Ver. Pedro Ruas, em ter o II Festival Internacional aqui, na nossa Capital, colocando Porto Alegre no circuito internacional dos eventos de dança e também promovendo o tango, que, eu confesso, acho uma dança muito linda, expressiva, maravilhosa, e morro de inveja daqueles que sabem bailar, dançar um belo tango, porque é uma dança muito difícil e, ao mesmo tempo, muito bonita. Contem com a nossa presença, com o nosso apoio na divulgação e também em iniciativas que valorizem tanto no calendário da Cidade, como nas políticas de Governo, a promoção e o incentivo aos bailarinos, aos dançarinos dessa bonita dança, que é o tango. Parabéns.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ISMAEL HEINEN: Cumprimento a nossa Presidente, Verª Sofia Cavedon. Quero, de início, dar meus parabéns à Associação Cristóvão Colombo, ao Rigotti, à Professora Marlise e ao Profº Cruz. Iniciativas como essa são salutares e muito importantes para a nossa Cidade, principalmente no Rio Grande do Sul, no compasso do Mercosul, que também é um compasso de tango. Porto Alegre se fortalece à medida que consegue se relacionar dentro do Mercosul, e nada melhor do que iniciativas como essa, que fortalecem o turismo, a cultura, o saber, fortalecem tudo. Estão de parabéns. O Democratas apoia; falo em meu nome e em nome do Ver. Reginaldo Pujol. Com certeza, estaremos presentes. Parabéns, e muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mauro Zacher está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MAURO ZACHER: Presidente Sofia, em nome da nossa Bancada, do PDT, também gostaria de saudar a iniciativa bastante audaciosa, mas de um grande significado cultural, um Festival Internacional de Tango em nossa Cidade, o segundo festival. Eu queria saudar, mas também não poderia deixar de referendar aqui o meu amigo e grande líder do nosso 4º Distrito, que esteve conosco na CUTHAB nesta semana, discutindo, e, sempre que há um movimento cultural, social, entre outros tantos, o Beto Rigotti está junto, porque consegue muito, através da sua Associação. Em quantos projetos acompanhamos o Beto? Não é, Beto? Então, quero te saudar, porque sabemos que, quando o Beto está junto, tem coisa boa para a nossa Cidade e para o 4º Distrito. Então, quero saudar a iniciativa e parabenizá-los. Sintam-se em casa.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Mauro, com certeza.

O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Presidente Sofia Cavedon, quero dizer da minha satisfação, muito especialmente da Bancada do PMDB aqui na Casa – Ver. Sebastião Melo, Ver. Haroldo de Souza, Ver. Professor Garcia, Ver. Bernardino Vendruscolo, Ver. Idenir Cecchim –, de nos associarmos a essa iniciativa, saudando a Srª Marlise Machado, o professor, o nosso amigo e lutador de tantos anos, o Beto Rigotti, que também sabemos que trabalha na área da melhor idade há muito tempo, ajudando, fazendo o seu papel. E na dança também – não, é? –, porque a dança faz parte, com certeza, é um estímulo importante. Nós, que gostamos de tango, precisamos ter, aqui na Casa, o nosso representante neste II Festival Internacional de Tango, e eu tenho certeza de que vamos ter no Ver. João Carlos Nedel e na sua esposa, que dançam muito bem esse ritmo, representantes com muita propriedade e dignidade.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Dr. Raul.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento. Bem-vindo!

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Obrigado. Minha cara Presidente, Verª Sofia Cavedon, estou ainda um pouco no Departamento Médico, mas não podia deixar de estar aqui agora para trazer, em primeiríssimo lugar, um abraço ao Rigotti e dizer da satisfação de revê-lo. Fazia alguns anos que não nos encontrávamos. Quero cumprimentá-lo pela participação e presidência da nossa Associação Cristóvão Colombo, muito bem conduzida por ele; e trazer um abraço também à Marlise e ao nosso convidado, Sr. Valentin. É importante tê-los na tarde hoje, aqui na Câmara, nesta nossa Tribuna Popular, para tratar de um tema que diz respeito à cultura dos povos, muito especialmente ao que, aqui em Porto Alegre, se apresenta, do que temos e do que aqui trazemos.

Acho que é um importante momento para nós brindarmos estas presenças. Quero cumprimentá-los, e dizer da importância que é a nossa Associação, ali na Av. Cristóvão Colombo, o que ela faz pelos moradores dali, das suas lutas, que vêm de anos, e que tenho a oportunidade de acompanhar desde há muito tempo. Esse evento é muito importante em Porto Alegre.

Ando um tanto adoentado – nada grave –, por isso não sei se poderei ir ou não, mas, desde já, recebam o nosso abraço e saibam da satisfação de tê-los conosco. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigado, Ver. Airto, todos torcemos para que V. Exª esteja bem.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; amigo Rigotti, Presidente da Associação Cristóvão Colombo; Srª Marlise, que fez a exposição e o convite, Sr. Valentin, primeiramente, quero cumprimentar o Rigotti pelas promoções que a Associação Cristóvão Colombo tem feito ao longo do tempo, criando espaços de confraternização, de reivindicações, de debates. Eu quero dizer à Marlise da importância do tango no mundo. Talvez seja o balé de dupla que mais empolgou o mundo; o tango está em todos os salões. E nós, da pampa oriental, da pampa gaúcha, temos sentimentos de cultura do Prata; Argentina, Uruguai e Rio Grande do Sul formam um mesmo contexto até certo ponto cultural, de sentimentos. Nós somos os gauchos do Cone Sul da América. O tango atravessou a fronteira com a milonga, e aqui, vamos dizer assim, se misturou até com as nossas produções musicais. E muitas das nossas manifestações de cultura, de canto, de música têm passagens do tango, da milonga, enfim, essas formas todas estão embutidas aqui. Portanto, esse Festival é extremamente importante; isso, cada vez mais, reata o enlace, o entrelaçamento que temos que ter com a música, essa linguagem universal, entendida por todos e de que todos gostam. Todo esse entrelaçamento é extremamente importante para Porto Alegre, para o seu turismo e para a sua economia. Meus cumprimentos!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Elói. Eu somo às palavras de vocês a minha felicidade e alegria por saber que Porto Alegre é, Ver. Nedel, cada vez mais cosmopolita, mais plural, mais integrada culturalmente com o mundo, principalmente com os irmãos latino-americanos. O tango é de uma complexidade, de uma genuinidade, de um diferencial em música que marca um povo, que marca uma resistência, uma identidade que é da história de todos os nossos povos, o que muitas vezes não é reconhecido, porque não aprendemos que somos latino-americanos, e as fronteiras, as barreiras culturais, as guerras e a língua nos afastaram muito. Então, o que pode um povo enriquecer com esse tipo de promoção é sem igual. Nós estamos muito honrados com a presença de vocês, estamos divulgando pela TVCâmara, pela nossa página na Internet, e estaremos presentes em algum momento. Agora, dançar tango, aí é outra conversa! Alguns aqui devem ser bailarinos de tango.

O Sr. Beto Rigotti está com a palavra para uma saudação final.

 

O SR. BETO RIGOTTI: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, em nome da Associação Cristóvão Colombo, queremos agradecer este engajamento. E, como recado, quero dizer a todos os Vereadores e Vereadoras que o espaço do Vereador está reservado lá para dançar tango. Eu sei há alguns mais encabulados, mas há alguns que, como o Vereador Brasinha, já sei que vai levar o seu “tijolinho” para dançar tango. A todos os Vereadores e a esta Casa o nosso agradecimento. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Vamos ouvir o Valentin, que diz que fala pouco o Português, mas dá para entender. Ele está com a grande responsabilidade de organizar o Festival Internacional de Tango, e mantém uma escola de tango.

 

O SR. VALENTIN CRUZ: Obrigado a todos! Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, agradeço o apoio desta Cidade. Eu falo um pouco diferente, porque tenho este sotaque que custa muito perder. Mas faço-me entender – faço-me entender através da dança. No estúdio que eu tenho, na Rua Comendador Coruja, nº 380, que se chama Tanguera Estudio de Danza, se encontram os casais; há pessoas que se encontraram lá pela primeira vez e hoje em dia são casados. O tango as uniu. E isso é muito lindo! O abraço emana muita comunicação, muita integração e muito conhecimento, através dessa música tão querida, que é o tango. Desde Carlos Gardel, Astor Piazzola, Juan D’Arienzo, Carlos Di Sarli, todos grande maestros que contribuíram para que essa música se possa escutar e dançar em todo mundo. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Srª Marlise Nedel Machado está com a palavra.

 

A SRA. MARLISE NEDEL MACHADO: Agradeço mais uma vez a oportunidade. Espero todos nesse evento, que está na sua segunda edição, já bastante grande, desejando que possa se repetir muitas e muitas vezes, que possamos vir aqui convidá-los para a terceira, para a quarta, para a quinta vez, e que cada vez seja um evento maior, de importância para Cidade, e que a gente consiga fazer uma integração maior, auxiliar o turismo, como um dos Vereadores aqui disse. O feriadão, normalmente, é uma época em que as pessoas saem de Porto Alegre; queremos que as pessoas fiquem e que mais outras pessoas venham, porque Porto Alegre tem, sim, outros eventos no seu Calendário, e merece um festival também para atrair pessoas de fora. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Marlise. Parabéns, nós nos comprometemos, desde já, como o Ver. Oliboni aqui lembrou, de organizarmos um Projeto de Lei para incluir esse festival no Calendário da Cidade, o que combinaremos com o Ver. Nedel, à frente do Turismo, e com a nossa própria Diretoria Legislativa. De fato, é um evento que merece ser valorizado e fortalecido pelas Instituições de Porto Alegre. Obrigada pela presença de vocês; sucesso!

Suspendo os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h44min.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 14h45min): Estão reabertos os trabalhos. Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado ao tema específico sobre a Conscientização da Cardiopatia Congênita.

Convidamos para compor a Mesa a Srª Daiane Amorim de Azevedo Renosto, representando o Núcleo Porto Alegre da Associação dos Amigos das Crianças Cardiopatas; o Sr. Valdemir Antônio Renosto Júnior, juntamente com seu filho, o bebê Gustavo Amorim de Azevedo Renosto.

A Srª Daiane Amorim de Azevedo Renosto está com a palavra.

 

A SRA. DAIANE AMORIM DE AZEVEDO RENOSTO: Boa-tarde a todos. Estou aqui representando a ONG Associação dos Amigos das Crianças Cardiopatas, solicitando que seja instituído em Porto Alegre o Dia da Cardiopatia Congênita. É uma campanha que já acontece em todo o Brasil, e, em várias cidades, o dia 12 de junho foi estabelecido como sendo o Dia da Conscientização da Cardiopatia Congênita. Atualmente, no Brasil, uma em cada dez crianças nasce com cardiopatia. Como mãe de cardiopata, venho aqui falar das dificuldades que enfrentamos para obter informações sobre o tratamento de crianças com essa doença. Muitas mães acabam desistindo dos seus bebês por não encontrarem tratamento, nem informações a respeito dessas cardiopatias.

A ONG foi criada em São Paulo e, atualmente, conta com uma sede, num hotel, que ajuda as mães que procuram tratamento, tanto para ficarem em São Paulo, como para conseguirem alimentos, remédios, tudo o que está relacionado a essas cardiopatias.

O meu filho está hoje no 22º dia de pós-operatório. Nós chegamos, no sábado, de São Paulo. Ele passou por três cirurgias de grande porte no coração. A cardiopatia dele era considerada não compatível com a vida – esse foi o diagnóstico que tive em Porto Alegre. Mas nós, por meio da Internet, e da ONG, que ajuda muito com informações, fomos atrás de tratamento para ele. Ele está aqui, bem, com uma grande recuperação (Palmas.); ele esteve cinco dias na UTI, sendo que, no oitavo dia, já estava correndo no quarto.

Então, a gente gostaria muito que esse dia fosse instituído para que pudéssemos levar essas informações às mães, para que não desistam. É possível, sim. Existem muitos tratamentos, modernos, e as mães têm que conhecer esses tratamentos. O meu filho, Gustavo, passou por três cirurgias de grande porte, então fácil não é. O caminho é difícil? Sim. Mas com a ajuda de todos e tendo as facilidades que a ONG nos proporciona, fica mais fácil.

Assim as mães não vão desistir no meio do caminho e nós poderemos salvar mais vidas. Nós trouxemos um vídeo institucional da ONG, explicando melhor e mostrando como a campanha está acontecendo no Brasil.

 

(Procede-se à apresentação de vídeo.)

 

A SRA. DAIANE AMORIM DE AZEVEDO RENOSTO: Gostaria de ressaltar a importância da instituição desse Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita, e, a partir dele, podermos levar maiores informações às mães. Atualmente, os exames de pré-natal não são compostos pelo exame ecocardiológico fetal, que é o exame que pode diagnosticar, ainda na gestação, uma cardiopatia congênita. Nós gostaríamos de ressaltar a importância desse exame no pré-natal, pois foi como descobri a cardiopatia do meu filho, com 24 semanas, e, a partir desse momento, a gente pôde procurar um tratamento adequado. Muitas crianças perdem a sua vida, porque não nascem em hospital adequado, com UTI cardiológica ou com um cardiologista que possa fazer uma intervenção no coração no momento do nascimento. Obrigada a todos.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Parabéns, Daiane, pelo seu depoimento de vida, pela sua militância, que pode beneficiar tantas crianças além do Gustavo, cuja vida queremos celebrar junto contigo e com o pai.

A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; colegas Vereadores, colegas Vereadoras; pessoal que nos acompanha; eu queria, primeiro, Daiane, vir à tribuna te homenagear, alguém que luta com garra, junto com o pai do Gustavo, o Valdemir; queria homenagear os dois. Imagino o sofrimento, a angústia, a luta e a vontade de ver o pequeno Gustavo crescer nos teus braços. Isso a gente tem que sempre saudar, porque é com mulheres e homens guerreiros que muita coisa se muda na história, mas, primeiro, na vida da gente – estás aí com o teu pequeno! Gostaria também de homenagear os que se foram por ausência de atendimento, por ausência de informação, por ausência de diagnóstico, não apenas com as nossas lágrimas – vi várias aqui no plenário enquanto passava o vídeo –, mas, sobretudo, com uma vida de lutas dedicada a que não se repitam os 62% que hoje não conseguem ser atendidos e ter as cirurgias realizadas em tempo hábil de ver mais uma criança crescer, mais uma vida na nossa sociedade. Queria, com muita sinceridade, parabenizar a luta de vocês, dizer que é muito importante que esse debate venha para os parlamentos municipais, estaduais, nacionais e para fazer pressão aos governos, no sentido do atendimento. Vou detalhar isso depois, mas antes quero agradecer a bela oportunidade que nos deu o Ver. Haroldo de Souza, propondo o tema hoje, o que faz com que o Parlamento Municipal, os Vereadores possam discutir.

É inconcebível que em pleno ano de 2011, com o brutal avanço da Medicina, com toda a tecnologia que foi desenvolvida pela Ciência, pelos pesquisadores nas universidades, nós não tenhamos uma série de exames que podem, desde o princípio, desde o ventre da mãe, identificar uma doença que é grave se não for tratada; séria, inclusive levando as crianças à morte se não houver intervenção anterior.

Quando estávamos vendo o vídeo, chamou-nos a atenção que 13 mil crianças, pela média feita, são vitimadas pela ausência de investimento na saúde pública, pela ausência da informação precoce e pelas limitações da população brasileira. Nós vivemos num país que tem a sétima economia do mundo, mas que é um dos países mais desiguais do mundo. Exigir que um trabalhador que ganha R$ 545,00 possa fazer um exame desses, particular, ou ganhe o bebê em um hospital de grande porte que tenha uma UTI adequada para tratar casos de urgência, é deixar com que o nosso povo, a população, sobretudo de baixa renda e até de classe média, veja os seus filhos perderem a vida. Isso é inaceitável, é inadmissível! E nós, do ponto de vista da totalidade do Brasil, precisamos lutar pelo investimento no Sistema Único de Saúde, pela regulamentação da Emenda Constitucional 29, que trará mais de R$ 80 bilhões para a Saúde pública, e que esse exame ecocardiológico fetal seja incluído no rol dos exames imprescindíveis no Sistema Único de Saúde nos casos de gravidez.

De qualquer sorte, aqui no Município nós também podemos fazer a diferença, incluindo no calendário da Cidade, o que é importante, mas tendo uma ação de Governo, de informação, tendo uma ação inclusive que a Câmara possa ajudar, porque nós temos feito diferença, Verª Sofia, na questão do exercício da cidadania. A Câmara, nesta gestão, tem feito um excelente trabalho de divulgar informações para a população em vários aspectos. Eu acho que esse pode ser um dos nossos desafios para o futuro: fazer um documento explicando o que é a doença, explicando que tem tratamento e, ao mesmo tempo, exigindo os direitos e exigindo dos Governos a inclusão desse atendimento e a melhoria dos hospitais municipais como, por exemplo, o Hospital Presidente Vargas, que é materno-infantil, que tem que ter especialidade cardiológica para poder tratar os bebês, as crianças e acolher as mães cujos filhos têm essa doença, o que, certamente, assusta, deve apertar o coração, e angustia. E é lindo ver, Daiane – eu chorei ali umas duas vezes –, pessoas, mulheres e homens que lutam, sonham e constroem uma vida diferente para o seu filho, e para os filhos dos outros que estão para nascer. Parabéns, mesmo!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Dr. Raul Torelly está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon, quero, num primeiro momento, saudar os nossos visitantes, a Srª Daiane, o Valdemir, e muito especialmente o Gustavo, que nos traz essa esperança de vida materializada nos seus 22 dias de pós-operatório. Eu venho falar em meu nome, como médico – por muitos anos, eu me interessei pela área de cardiologia –, e muito especialmente em nome do Ver. Haroldo de Souza, que se preocupa extremamente com essa matéria e que é o proponente da vinda de vocês hoje aqui, e com certeza é um homem ligado ao povo, às grandes multidões e às boas causas.

Eu tive, na condição de médico, algumas oportunidades de ver bons trabalhos nessa área também, e um que não posso deixar de ressaltar é o trabalho que presenciei, capitaneado pelo Dr. Paulo Zielinsky, do Instituto de Cardiologia, através das ecocardiografias fetais, inclusive realizadas em Unidades de Saúdes, em determinados dias, em postos de saúde, levando profissionais e aparelhagem para que as gestantes pudessem fazer o exame e, via de consequência, ter um atendimento diferenciado, uma vez diagnosticado o problema da cardiopatia congênita, que nós sabemos que é de extrema relevância.

Nós estamos tratando, na realidade, com uma criança que nem nasceu ainda, e, graças à tecnologia, graças à medicina, já podemos programar uma ação terapêutica positiva muitas vezes, como está nos demonstrando aqui a presença do Gustavo.

Então, é o tipo de trabalho que deve ser realmente incentivado, valorizado e ampliado no nosso Sistema Único de Saúde, porque traz uma consequência imediata de vida e um prognóstico maravilhoso. Uma criança que há poucos anos não teria acesso à vida, passa a ter, muitas vezes, uma vida normal ou muito próximo disso, por muitos e longos anos na sua vida, tendo toda uma expectativa e uma qualidade de vida que modifica totalmente a sua vinda ao nosso meio.

Eu queria ainda ressaltar que já existe no setor público, há alguns anos – inclusive, participei, acredito que há três anos, das primeiras realizações –, um serviço de ecografia obstétrica a distância, realizado lá na Unidade de Saúde. Há o exemplo lá na Restinga, da Unidade Macedônica, onde são feitos esses exames, e o diagnóstico pode ser dado a distância, através da transferência de dados. Mas aí é a ecografia obstétrica normal, vamos dizer assim.

Então, nós temos realmente muito a avançar, mas não podemos desfazer nem desqualificar aquelas iniciativas que já existem, que já estão presentes, são realidade. O nosso esforço no dia a dia aqui, como médicos, é estarmos sempre nessa luta. Agora, segunda-feira, vamos ter a oportunidade de dar mais uma contribuição importante, acredito, para a Saúde pública da Cidade, aprovando um Projeto que vai modificar para melhor a relação dos profissionais de Saúde com o Município, com o atendimento daquelas pessoas que realmente precisam. Nós temos de levar esse tipo de trabalho, esse tipo de diagnóstico para mais próximo das comunidades; precisamos de equipes volantes que façam isso, porque todos nós sabemos das dificuldades que têm, principalmente aquelas pessoas em condição de pobreza ou de extrema pobreza, para chegar, por si só, à informação, ao acesso e, consequentemente, ao tratamento de si próprio e de seus filhos.

Então, estamos aqui para solidarizarmo-nos com todos, valorizar a presença da Daiane e do Valdemir e de suas ações, e dizer que, realmente, mais do que as nossas ações no dia a dia, o que nos move, também, é a esperança. Saúde para todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Registro a presença do Colégio Estadual Engenheiro Ildo Meneghetti e da LBV; sejam bem-vindos. Que linda presença! São 49 alunos do 4º ano, acompanhados pelas Professoras Rochele, Ester, Fabiane, e as estagiárias Thaís, Liane, Maria, Adriana e Sandra; mais quatro jovens da LBV, acompanhados pela Andréia Almeida, Jaqueline Peters, Fabiam e o Cristiano.

Esta atividade faz parte do Projeto de Educação Política que a Seção de Memorial desenvolve com as escolas de Porto Alegre. Um abraço ao nosso Jorge, do Memorial, que é incansável nesse trabalho. Um grande abraço à Escola e à LBV.

Nós, neste momento, estamos no período de Comunicações temático, discutindo um tema bem diferenciado, que sobre a conscientização da cardiopatia congênita. E vocês estão vendo aqui, no colo da sua mãe, o bebê Gustavo Amorim, que faz 22 dias que foi submetido a uma cirurgia bem séria – olhem que lindo, que faceiro que ele está! E nós queremos conscientizar todas as mamães de que elas têm direito a exames e cirurgias para as suas crianças, caso nasçam com problemas nos coraçõezinhos, porque isso tem cura, sim, e nós podemos ter muitos gustavos felizes assim. Não é um bonito tema?

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Sofia Cavedon; também saúdo os membros integrantes da Associação dos Amigos das Crianças Cardiopatas, de modo especial, a Daiane, que está aqui com o Gustavo, um belo exemplo trazido à Câmara de Vereadores de Porto Alegre; saúdo meus colegas Vereadores, Vereadoras; e quero saudar a assessoria do Ver. Haroldo de Souza, que trouxe este assunto.

Nós percebemos a importância de as mães, quando grávidas, terem um acompanhamento pela rede SUS. Nós sabemos – estava conversando com a Daiane – que este exame da ecofetal ainda não existe para a rede SUS, é o entendimento que eu tenho. Há pouco tempo, nós aprovamos, aqui nesta Casa, dois Projetos que foram aprovados por unanimidade – se não me engano –, que instituíram, na rede SUS, essa obrigatoriedade dos seguintes testes: Teste do Olhinho, que acaba prevenindo possíveis glaucomas ou cataratas se feito a tempo, e o Teste da Orelhinha, que muitos imaginam que não é importante, mas é de extrema importância para evitar a surdez. Antigamente, foi aprovado o Teste do Pezinho. São três testes que, hoje, no pacote do parto, a rede SUS é obrigada a fazer.

Por isso, quero sugerir ao nobre Ver. Haroldo e à sua assessoria que, quando for implementado o dia municipal de combate à cardiopatia congênita, possa instituir também a obrigatoriedade desse exame na rede SUS. Não foi o caso da Daiane, que teve condições de pagar e de fazer o exame, e aí acabou percebendo esse tipo de doença curável. Vejam só o Gustavo aqui, com toda a energia, bem esperto, fazendo positivo e querendo falar ao microfone.

Vejam só a alegria e a esperança que têm as futuras mães, quando percebem que existe, na rede SUS, a possibilidade, através de uma eco, de verificar se o seu filho que está em gestação vai nascer normal ou com algum problema que possa ser curável. Então, com certeza, é uma bela iniciativa.

Queria parabenizar, Daiane, a sua Associação, que se preocupa com o assunto. São mais de 23 mil crianças por ano no Brasil, mais de 130 milhões de crianças por ano em todo o mundo, e percebemos que 38% dessa população é que consegue fazer o exame, porque tem poder aquisitivo, os demais não conseguem fazê-lo. São milhares de crianças que estão perdendo as suas vidas antes mesmo de nascerem.

Então, em nome da nossa Bancada, a Bancada do Partido dos Trabalhadores, queria parabenizá-lo pela iniciativa e dizer que é muito importante tomarmos iniciativas próprias como Parlamento, e, com certeza, votaremos favoravelmente, se assim o Ver. Haroldo entender, apoiando a obrigatoriedade do exame de ecografia fetal e a criação do Dia Municipal de Prevenção da Cardiopatia Congênita. Um grande abraço, e parabéns.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, saúdo a Srª Daiane, o Sr. Valdemir e o nosso pequeninho que está aí – não sei o nome dele –, e faço uma saudação especial aos estudantes que estão aqui, em grande número, na tarde de hoje, dizendo da importância de tê-los conosco. Nesta Câmara, nós discutimos, diariamente, os problemas da cidade de Porto Alegre. Aqui não acontece aquilo que eu quero, penso ou entenda que deva acontecer, mas aquilo que a maioria dos Vereadores, democraticamente, decide. Eu quero trazer também um abraço especial ao Ver. Haroldo de Souza, que nos propicia esta discussão na tarde de hoje.

Nesta Câmara, temos dois médicos Vereadores que têm trabalhado bastante, e com competência, na área da Saúde do Município, que são o Ver. Thiago Duarte e o Ver. Dr. Raul Torelly, e enfatizo a importância de tê-los conosco. Temos, aqui na Câmara, também três mulheres, a Verª Sofia Cavedon, a Verª Maria Celeste e a Verª Fernanda Melchionna. Quero também dizer que eu sou pai. Tenho uma filha com 26 anos, um filho com 18 anos, uma filha com 15 anos e uma filha com cinco anos. Então, eu tenho filhos desde a universidade até a creche, e acompanho-os de perto. Tive e tenho, ainda hoje, a oportunidade de acompanhar de perto nossos bebês crescendo, desenvolvendo-se, brincando, tendo os seus sonhos. Os sonhos das nossas crianças transformam-se nos nossos sonhos, e como é necessário e importante acompanharmos a saúde dos nossos filhos! Por isso, quero dizer da importância de vocês aqui, hoje, e deste espaço que o Ver. Haroldo nos propicia, para dizer que é preciso, sim, neste País, uma extraordinária caminhada para a conquista de diferentes questões sociais.

A saúde é, necessariamente, o ponto primeiro, na minha ótica, ou seja, na minha forma de ver o nosso mundo, em especial o nosso Brasil. Por isso, quando vemos dois jovens, pai e mãe, com o seu bebê, conosco, nessa caminhada corajosa da iniciativa de propor, inclusive, um movimento em defesa de uma causa, eu devo, desta tribuna, dizer-lhes que nós estamos e precisamos estar junto com vocês nessa caminhada. Antes de mais nada, gostaria de cumprimentá-los pela iniciativa, mas, antes de os cumprimentar, preciso reconhecer a importância de que se insira, nesse processo, o sentimento nacional, que é o sentimento de todo cidadão e cidadã brasileira nessa busca de compreender a importância da saúde.

Eu estou gripado, bastante gripado, e ontem estive na PUC. Quero registrar que o Hospital da PUC é uma bela instituição de saúde. Cheguei às 14h e saí de lá às 21h, fui fazer exames de gripe pelo IPE. Vi gente que chega, de manhã, às 7h, às 6h, às 4h, ou às 3h da madrugada para ser atendido pelo SUS, ficando, lá dentro, 7, 8, 6, 5 horas ou muito mais. Por isso, é indispensável, é imprescindível, meus caros Vereadores, a presença do Município nessa questão. Antes de mais nada, o processo, o tamanho, o Projeto, a necessidade de recursos não vai se esgotar no Município; é preciso, necessariamente, de um olhar intenso da União, de verbas federais aos milhões para tratar desse assunto. Estamos juntos; obrigado, e um abraço.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Haroldo de Souza pede para eu informar que ele já está elaborando um Projeto de Lei que designa o dia 12 de junho como o Dia de Conscientização da Cardiopatia Congênita.

O Ver. Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ISMAEL HEINEN: Exma Srª Presidente desta Casa, Verª Sofia Cavedon, quero cumprimentar, com todo o carinho, a mãe Daiane, o pai Valdemir e o Gustavo. Eu ouvi meus colegas discorrerem sobre esse assunto e talvez eu repita algumas coisas, mas eu não poderia deixar de vir, Daiane, porque, há 25 anos, eu perdi uma menininha, a Ana Paula, com nove dias de vida, por cardiopatia. Ela nasceu linda, maravilhosa, em clima de festa, mas, dias depois, ao sermos chamados, ela já se encontrava na UTI. Então, que Deus abençoe o nosso Gustavo, que teve essa possibilidade, e quero parabenizar mãe e pai por essa empreitada maravilhosa de ajudar essa criação divina e trazer o sorriso a essa criança e a todos que rodeiam vocês. Eu sei que não é fácil.

Quero dizer que cabe a nós, Parlamentares, aos legislativos deste país, pensar e debater, no devido tempo, sobre essas coisas importantes que nos são trazidas, e temos a obrigação de trazer à luz esse debate, bem como as informações necessárias que lhe dizem respeito. Eu vi, no vídeo, perguntarem se era raro, e eu mostrei que não, que talvez até haja outros casos aqui entre os presentes. Aconteceu comigo, aconteceu com a minha família.

Pedem que façamos a divulgação e que passemos as informações. Eu acho que isso é muito pouco; nós temos que fazer muito mais! Nós temos que, de uma vez por todas, despertar este País para aquilo que é o direito mais sagrado do trabalhador: receber os seus direitos sociais em troca dos encargos cobrados desse trabalhador, encargos esses que lhe são cobrados de forma aleatória. Sabemos todos que, muitas vezes, cobram-nos impostos sem ao menos sabermos, antecipadamente. Na verdade, o trabalhador não paga imposto: o imposto lhe é cobrado, e o Brasil é o país que mais arrecada impostos, per capita, no mundo!

Nós temos duas classes privilegiadíssimas no País, hoje, que são os banqueiros, e outro, com certeza, é o nosso Governo Federal, ajudado pelo Estadual, ajudado pelo Municipal, pela alta carga tributária. Mas, mãezinha Daiane, isso não seria tão terrível, se tivéssemos uma resposta a esses encargos que nos são cobrados e se pudéssemos ter a assistência que nos é devida, por lei, para podermos salvar nossos filhos e os filhos de outros sem termos que fazer campanhas. Porém, as campanhas são bem-vindas, e nós, com certeza, nos engajaremos nessas campanhas necessárias devido à omissão do Poder Público. Nós não temos nem o direito de nos omitirmos, pois é nos cobrado no contracheque, na nossa tarefa diária! Os impostos nos são amealhados, nós não os pagamos por livre vontade! Agora, não nos é dado o retorno a que temos direito na Educação, na Saúde e na segurança dos nossos filhos.

Até nem falo mais na minha geração. Se estou aqui, hoje, é muito mais porque eu perdi uma niña, porque eu tenho mais outros três filhos e três netos. É por eles que eu estou aqui, mãezinha.

Então, que isso sirva para a conscientização desse povo brasileiro que não pode só pagar. Nós temos que começar a cobrar, mas a cobrar com direito, com razão, aquilo que nos é devido. Mãezinha Daiane, que Deus a abençoe, e a todas as mães deste País. Não vamos aqui, aos pedaços, nobre Ver. Oliboni, incluir mais isso no SUS. O SUS pertence ao povo brasileiro, que paga imposto demais, e não podem faltar recursos para salvar uma vida humana sequer neste Brasil. Muito obrigado, e que Deus abençoe a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Haroldo de Souza pediu para eu fazer uma correção: na verdade, ele está realizando, agora, um segundo Projeto de Lei. O Projeto dele é referente à obrigatoriedade do exame de ecocardiograma fetal na rede pública. Certamente, é um Projeto de Lei que todos nós apoiaremos.

O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; quero saudar aqui o casal presente, Srª Daiane Amorim de Azevedo, seu esposo e o pequeno filho. Às vezes, Ver. Dr. Raul, sessões sem aparatos e todos aqueles cortejos não são tão importantes quanto uma Sessão como esta – singela, simples, mãe com o filho no colo, o pai –, trazendo um assunto que remete para um grande debate a se fazer, ligado à Saúde – olhem só, saúde é a vida –, que é a cardiopatia congênita.

Mas antes de fazer uma afirmação aqui, eu dei uma consultada ao Dr. Raul, médico, e vou afirmar: a vida começa na fecundação do óvulo. Mas se há um princípio que é fundamental em medicina, é a prevenção, Dr. Raul. A prevenção na espécie examinada, debatida neste plenário, a cardiopatia congênita, há o conhecimento – vejam bem –, mas não existe o tratamento. A medicina evoluiu e conheceu, mas não há o diagnóstico pela falta dos equipamentos. E aí vem o hospital com todo o seu aparato tecnológico. Trata-se de um momento importante, porque aqui, Daiane, você está chamando a atenção e iniciando, ou já vem iniciado, um processo de conscientização capaz, vamos dizer, de tirar os sofrimentos da família, da mãe, daquele que vem à luz, porque, se tratado antes do nascimento, teria todas as condições de ter a vida que, evidentemente, Deus quer para todos, que é uma vida normal, como a de todas as crianças. Então, acho muito importante este encontro deve ser difundido, deve ser discutido.

Quero saudar o Ver. Haroldo, pela iniciativa de trazer, Dr. Raul, a temática a este debate. A medicina conhece, mas não há a prevenção, ou, enfim, faltam recursos para que isso possa ser atendido no seu devido momento. Acho que é um momento importante este aqui, quando se inicia um processo de conscientização, quando se chama a atenção para que tem solução, sim, a cardiopatia congênita, contanto que seja atendida no momento exato, no momento correto, no momento clinicamente, medicamente adequado, que é no exame, no controle, nas providências pré-natais. Meus cumprimentos pela tua luta, e ao casal com o seu pequenino. Meus parabéns!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Não há mais Vereadores inscritos.

A Srª Daiane Amorim está com a palavra para as suas considerações finais.

 

A SRA. DAIANE AMORIM DE AZEVEDO RENOSTO: Gostaríamos de agradecer. Ficamos muito felizes, saímos daqui muito animados, porque, além da conscientização – estamos esperando ser sancionada a Lei –, uma notícia melhor ainda é que vocês vão elaborar o Projeto da Ecocardiofetal para as mães do Sistema Único de Saúde. E dizer que, como mãe, fico feliz, porque atualmente a minha preocupação é que, como nós tivemos condições, tivemos como chegar ao tratamento para o Gustavo, mas existem muitas mães que não conseguem isso. E, a partir desse Projeto, muitos caminhos vão se abrir para essas crianças terem tratamento. Muito obrigada a todos. Boa-tarde!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Muito obrigada pela presença de vocês, Daiane, Valdemir, e especialmente ao bebê Gustavo, que já é um guerreiro, imaginem o que vai fazer pela vida afora. Essa família está estimulando os parlamentos, as mães, a assumirem mais essa bela causa. Estão de parabéns!

Suspendo os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h38min.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h39min): Estão reabertos os trabalhos.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Adeli Sell.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão no dia de hoje, quero agradecer ao Ver. Adeli Sell que me cedeu este espaço tão nobre, tão importante, para discutir, neste livre tempo, assuntos que são de interesse da nossa Cidade, e, com certeza, de toda a nossa população. Eu estava acompanhando, nesses últimos 30, 40 dias, o Orçamento Participativo em Porto Alegre. Ver. Toni, já foste um dos grandes coordenadores do OP, sabes muito bem o quanto é importante as pessoas terem um espaço onde elas possam determinar, ou apoiar, ou votar o que é mais importante para a sua comunidade. E desde que o nosso grande companheiro, Prefeito de Porto Alegre, depois Governador, Olívio Dutra, instituiu em Porto Alegre esse grande espaço para a democracia, ele devolveu para a população a voz, a manifestação e a livre opinião sobre os problemas que mais estão afligindo na comunidade, Ver. Ismael. E nós percebemos que, durante toda essa trajetória, todos os Governos – alguns mais, outros menos, não cabe aqui dizer quem foi o melhor, quem foi o pior – mantiveram o Orçamento Participativo, alguns com mais recursos, outros com menos recursos; alguns atendendo mais demandas, outros atendendo menos demandas, mas o importante é que ali, naquela plenária, se discute a temática e depois se prioriza a demanda ou a obra da sua região, seja ela na pavimentação, seja ela na Saúde, na Assistência Social, na Educação e assim por diante.

O que nós percebemos, Ver. Dr. Raul, é que durante todo esse tempo as pessoas demandaram a sua prioridade e muitas delas, depois, logo se afastaram, porque atenderam a demanda. Não há ainda um costume, uma prática de que os cidadãos continuam permanentemente discutindo a Cidade. Talvez, poderíamos criar um fórum um pouco maior, que provocasse a Cidade, quando nós discutimos, por exemplo, o metrô na nossa Cidade, porque no OP não é decidido o metrô. Então, nós percebemos que no OP são demandadas obras importantes no convívio do dia a dia da comunidade, mas não são demandados serviços, por exemplo, e que, em matéria de serviços, os Governos, os Prefeitos, com suas equipes, têm, na verdade, deixado a desejar. Se nós olharmos, por exemplo, na limpeza da Cidade, na operação tapa-buraco, na iluminação pública, nós temos muitas e muitas coisas que às vezes caem aqui no gabinete do Vereador, para operarmos o Pedido de Providências. E aí, no Pedido de Providências, o Poder Executivo deve responder ao Legislativo em 30 dias. Às vezes, 30 dias é demais, porque o buraco ou uma falta de lâmpada está causando um grande transtorno na comunidade.

Espero que o novo modelo, adotado pelo atual Prefeito, em que a comunidade, por meio do fone 156, pode ligar imediatamente e ter um retorno, acompanhando, inclusive, e possa ser uma das ferramentas importantes para a contrapartida dos serviços na nossa Cidade. Porque eu acredito que, em termos de serviço, os Governos devem ser muito rápidos, porque podem ali prevenir acidentes e tantas outras coisas, por exemplo, no caso da falta de iluminação pública, assaltos e assim por diante.

Então, creio que o Orçamento Participativo, como disseram muitos e muitos candidatos e prefeitos, veio para ficar em Porto Alegre, até porque, muitos Municípios do interior do nosso Estado e do Brasil afora também adotaram esse sistema, até fora do País, inclusive alguns Prefeitos, até hoje, palestram fora do País, defendendo a democracia participativa, isto é, o Orçamento Participativo.

Espero que todos os Governos possam fazer isso. Ia ser muito diferente, por exemplo, se não fizessem como em algumas Prefeituras do Interior, onde não municipalizaram a Saúde e simplesmente compram uma ambulância ou um ônibus para trazer os pacientes para Porto Alegre.

Nós temos que construir lá uma central de especialidade, implementar o Programa de Saúde Comunitária, criar mais hospitais, porque, senão, Porto Alegre sempre vai ser o grande centro ou o centro de referência no atendimento médico. Vai ser em muitas outras questões, com certeza, mas não podemos ficar só em Porto Alegre; precisamos trabalhar para a descentralização dos serviços públicos, e o da saúde é de fundamental importância.

Todas as semanas, percebemos que os jornais são os primeiros a abordar a dificuldade de acessar uma consulta em uma unidade de saúde, a dificuldade de conseguir um exame ou uma cirurgia, a dificuldade de ser atendido numa emergência de um hospital. Naquelas emergências, no passado, em que as pessoas eram imediatamente atendidas, hoje, lamentavelmente, levam de quatro a oito horas para o atendimento, e, muitas vezes, tem que apelar. É inadmissível o que ocorre hoje com o cidadão, ao chegar a uma emergência: ou ele vai desmaiar, ou vai se rebelar na sua indignação, ou vai aguentar as quatro a oito horas para ser atendido. O programa adotado atualmente não é justo, porque o Poder Público, hoje, não atende a necessidade da população e tenta, na rede conveniada, buscar parceiros, mas não dá o tratamento adequado aos parceiros, Ver. Luiz Braz. Enquanto um hospital filantrópico quer atender mais pacientes, o Poder Público não compra esses serviços, não regulamenta mais serviços, mais consultas, mais exames, mais internações. Se nós pedirmos para a rede conveniada, eles vão dizer: nós temos mais quotas disponíveis, mas o Poder Público não compra essas quotas, como tomografia, ecografia, ressonância magnética e tantas outras.

Nós vamos continuar assim? Vamos continuar muitos e muitos anos, até que o Poder Público caia na realidade, onde ele, sozinho, jamais vai conseguir atender a demanda existente, porque o SUS é universal e tem que atender a todos, independente de onde venham, Ver. Elói, seja de Guaíba, de Uruguaiana, de Vacaria, de Sananduva e tantas outras cidades, assim como do Litoral, que vêm a Porto Alegre e devem ser atendidos, e não como em muitas Emergências, que já fecharam as suas portas e disseram que, na verdade, não havia mais condições, ali, de os cidadãos serem atendidos com dignidade. Se nós formos perceber, muitos não são atendidos com dignidade. Por exemplo, pessoas com mais de 70 anos, 80 anos, estão num banco de madeira, horas e horas, aguardando um por atendimento.

Então, é preciso que os Parlamentares, os Vereadores, os Deputados, os executivos, se debruçarem sobre essa temática, porque é de extrema importância ter humanização nos serviços públicos, porque, senão, a vida parlamentar se torna, às vezes, inócua, porque, se nós não conseguirmos convencer os executivos de operar projetos que possam, em termo de gestão, dar a resolutividade ao cidadão que está ali indignado, nós não faremos jus ao nosso salário, nós não faremos jus à nossa atribuição. E é atribuição dos Vereadores do Governo e da oposição, trabalhar nessa direção, para que as pessoas tenham mais dignidade. E esta manifestação que ora faço é nessa direção, para que o cidadão continue cobrando, mas para que os executivos tenham um pouquinho mais de compreensão. Muitas vezes, nós aqui aprovamos projetos importantes – e um deles é esse que discutimos anteriormente – que, uma vez aprovados na Câmara, têm que ser implementados pelo Governo, para ser uma política de governo. Porque, numa saúde preventiva, é inadmissível não termos os exames pré-operatórios ou pré-natal estabelecidos, conforme a lei determina.

Então, nesse sentido, eu queria não só parabenizar os Governos que adotam medidas dessa natureza, de atender a expectativa da população, mas também venho me indignar, como se indigna a população, quando, na verdade, os governos não dão a contrapartida, não fazem a sua parte. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Vereadora Sofia Cavedon, Presidente da Casa; surpreendeu-nos a decisão unânime, vejam, do Supremo Tribunal Federal, julgando constitucional a marcha da maconha, a marcha da droga. Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, que se fizesse a marcha para discutir a droga, no sentido de abrir campo para uma discussão sobre as drogas, mas o Supremo Tribunal Federal decide, por unanimidade, entender que é válida a marcha da maconha. Eu acho que nós tínhamos que ter a marcha contra a maconha. Vejam, a maconha faz mal à saúde? Não. Não? Faz mal à saúde! A maconha abre caminho às drogas pesadas? Sim! A maconha desintegra a família? Sim! A maconha faz com que um filho mate a mãe. É um negócio terrível dizer isso aqui!

Eu não vou pedir um voto de repúdio ao Supremo Tribunal Federal. Por quê? Não sei, mas meterei as notas taquigráficas num envelope e remeterei à Corte, à grande Corte, à Suprema Corte do País, à qual estamos todos sob suas espadas.

Agora, é um absurdo que assistamos calados! E a sociedade, na sua maioria, eu até diria: mais do que calada, intimidada! A sociedade, pelos seus valores, está com medo. E o mal vem em borbotão.

Eu quero deixar aqui registrada a nossa indignação, porque todos nós conhecemos os dramas de pessoas da nossa juventude. Aí estão as informações. Na Holanda, por exemplo, as praças estão viradas em lixos humanos. Pobre juventude! Nós temos que tratar os jovens, infelizmente, aqueles que consomem, clinicamente, medicamente, não pela polícia. Agora, entre em assim proceder e fazer o embandeiramento... Nós tivemos a passeata aqui na Cidade. Compreender a infelicidade daqueles que se viciam é uma coisa, agora, fazer a apologia é o pior caminho, é a pior educação, é a pior forma que se possa permitir que continue nesse crescendo, Vereadores e Vereadoras. E nós calados, a Nação traumatizada, a Nação, enfim, eu não diria acovardada, absolutamente não! Mas intimidada, sim...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Elói.

O Ver. Sebastião Melo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo do Ver. Airto Ferronato.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Prezada Presidente, colegas Vereadores, colegas Vereadoras, senhoras e senhores; primeiramente, quero agradecer ao amigo Airto Ferronato, que fez a cedência deste tempo; vou saber compensá-lo, quando puder.

Há muitos temas a serem enfrentados, mas quero dedicar um capítulo desta fala a duas reportagens, de ontem e de hoje, Ver. Elói, o senhor que foi um brilhante Secretário de Transportes, sobre a chamada venda de placas de táxis. Porto Alegre tem uma frota de quase quatro mil táxis, com base numa lei que advém da década de 1970, se não estou enganado, do nosso querido Prefeito Thompson Flores, das chamadas permissões precárias, o que, aliás, não é diferente nos outros sistemas de modais de transporte, Ver. Toni, todos estão dessa forma estabelecidos no Brasil inteiro. E aí, o jornal Zero Hora bota a campo um competente repórter, o Amorim, e ele diz que uma placa está sendo vendida, no mercado negro, no valor de, 200 a 430 mil reais. Primeiramente, Presidente, até V. Exª já se manifestou sobre isso, de forma muito rápida, eu quero falar dos bons profissionais, que eu acho que é a esmagadora maioria dos taxistas desta Cidade. Homens e mulheres que levantam cedo, que trabalham 12, 13, 14 horas, que têm o seu auxiliar, pois assim esta Casa permitiu, através do “carteirão”, e eles criaram os seus filhos, têm uma vida digna na labuta do táxi. Há de se gizar que, muitas vezes, Oliboni, quantas pessoas foram salvas por um taxista, quantas mães deram à luz seus filhos dentro de um táxi, porque não conseguiram chegar à maternidade? Quantos taxistas foram abatidos pela falta de segurança nesta Cidade? A esses, o meu aplauso. E quero dizer que, quando eu era Presidente da Câmara, num esforço monumental, após um equívoco desta Casa, que votou pela cobrança de ISS dos taxistas, fui ao Prefeito, junto com o Sindicato. O Prefeito Fogaça teve uma sensibilidade enorme e disse: “Está acatado, nós não vamos cobrar ISS daquele que tem um só táxi”.

Agora, os que estão fazendo vigarice com isso, o Ministério Público, esta Casa e a sociedade como um todo devem repudiar, porque concessão é concessão, permissão é permissão. Não dá para fazer negócio!

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Sebastião Melo, bom o assunto que V. Exª traz à tribuna. Hoje um dos jornais da Cidade traz a noticia de um “barão dos táxis”, que possui 30 placas e as administra como suas. Eu acredito que isso precisa ser visto pela Câmara Municipal e, principalmente, o seguinte: em qual período essa pessoa conseguiu essas 30 placas e de que forma. Nós sabemos que é possível se formar, hoje, um tipo de empresa, mas, com 30 placas, eu acho que merece um olhar mais de perto por parte da Câmara Municipal.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Braz, V. Exª contribui. Eu quero dialogar com Vossa Excelência, dizendo que a Lei de 1973, Ver. Braz, permitia pessoa jurídica, mas apenas 10% da frota podia estar dentro de empresa jurídica. E uma empresa jurídica não podia ter mais de 1% da frota, mas a grande maioria é apenas dona de um táxi. O que acontece na prática? A lei reconhece o direito hereditário, coisa que a Lei das Concessões e a Constituição proibiram! Mas, vejam bem, a lei é de 1973, e o Judiciário, inclusive, em várias ações que lá estão, tem reconhecido isso. Então, o assunto não é tão simples assim. O direito hereditário... A transmissão pode ser feita para a esposa do marido que morreu, para o filho? Pode. Eu posso, Ver. Braz, transferir a permissão precária no seu valor venal. Se o meu carro custa R$ 70 mil... Agora, o que acontece na prática? Eu sou dono de um táxi, e o senhor me diz que quer comprar a minha placa. O senhor vai ao cartório, e eu vendo o meu táxi, por R$ 30 mil, para o senhor, e o senhor me paga R$ 250 mil por fora. Eu lhe dou uma procuração, eu fico como permissionário junto à EPTC, e o senhor, como procurador, fica com o carro. Por isso há pessoas que têm 12 procurações! E aí eu acho, Presidente, e eu disse ontem, no debate de que participei na TVCOM, que a EPTC tem instrumentos, não precisa de lei mais para isso. Não é possível que alguém tenha 12 procurações, 13 procurações, 15 procurações e que se diga procurador de taxista! Então, isso nós temos que enfrentar.

Segundo, informaram-me que há consórcios de táxi, Ver. Elói, em Porto Alegre, que o cidadão paga por semana! Mas estão fazendo consórcio daquilo que é permissão pública!

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Ver. Luiz Braz, eu concedo novamente a Vossa Excelência um “reaparte”.

 

O Sr. Luiz Braz: Vou ser extremamente rápido. Todo esse assunto faz com que a gente se dê conta de que qualquer pessoa, independente da situação em que ela esteja dentro da sociedade, pode ter o seu táxi, porque, para adquirir, basta ter dinheiro, recursos, independente de quem ela seja dentro da sociedade. Pode ser meliante, vai ter o seu táxi e vai rodar pela Cidade com os passageiros!

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Então, Ver. Braz, o que eu fiz hoje pela manhã? Eu estou há 11 anos nesta Casa e nunca requeri uma Comissão Especial. É a primeira vez que eu requeiro uma Comissão Especial para tratar dessa matéria. Hão de dizer que esta matéria é atinente à CUTHAB. Evidente que é, mas todas as matérias de Comissão Especial são atinentes a uma Comissão, se eu for olhar no sentido amplo da coisa. Eu até abro mão do Requerimento originário, se alguém quiser presidir a Comissão. Podem dizer que eu requeri, porque queria ser o presidente. Eu não tenho problema nenhum! Já estou dizendo aqui da tribuna que eu participo da Comissão, independente de ser o seu presidente. Quando o Ministério Público abre um instrumento, que é o Inquérito Civil Público, e a EPTC vai, com certeza, tomar suas providências, eu acho que esta Casa Legislativa tem a sua obrigação. Apenas uma reunião, Presidente, apenas uma Audiência Pública, que é ótima, bem-vinda, uma reunião na CUTHAB, bem-vinda, mas é preciso ir mais além, 60, 90 dias, e chamar, e encontrar, Ver. Toni, pois não dá para “botar a bacia com água e a criança fora”, o sistema é bom em Porto Alegre.

Eu quero dizer para vocês que tem duas Capitais apenas que têm mais táxi por número de habitantes do que Porto Alegre, só São Paulo e Rio de Janeiro. A terceira que tem maior número de táxi por habitante é Porto Alegre. Então, se abrir uma licitação para botar mais três mil táxis, daqui a um pouco, leva-se o sistema à falência. Não se pode fazer isso sem que seja fruto de um estudo técnico. Portanto, eu acho que a matéria requer...

E aí, Presidente e demais Vereadores, eu dizia, ontem, também, que este é um País de contratos de gaveta. Eu me lembro do Sistema Financeiro da Habitação, em que era permitido financiar apenas um imóvel e havia cidadãos que tinham 50 imóveis nos chamados contratos de gaveta, Ver. DJ Cassiá. O nosso DEMHAB faz um esforço monumental, usa o Direito Real de Uso e transfere as pessoas da beira ribeirinha para uma casinha decente, e, um mês depois, você vai lá e vê a venda de chaves acontecendo.

Aí alguém há de dizer que as permissões são precárias nos táxis. É verdade, como são precárias nos lotações, nos ônibus, na Rede Globo, no SBT, nas rodoviárias do Brasil inteiro, nos transportes intermunicipais e interestaduais! Então, por favor! Eu quero um Brasil melhor, eu quero passar este Brasil a limpo, mas eu quero olhar a floresta! Eu quero licitações dos táxis, mas eu quero, também, dos outros modais que esta Cidade precisa ter.

Então, acho que o assunto é muito grave, extremamente grave, porque dizer que um cidadão fica ali – e isso é fato, ninguém contestou –, na esquina da Ramiro Barcelos, sentado num banquinho, arrecadando, no final da tarde, com uns 40 táxis – passa o primeiro, passa pra cá, passa o segundo, passa o terceiro... Mas a lei não permite isso, Ver. Ismael! A Lei não permite isso!

Então, Vereador-Líder do Governo, Ver. Mario Fraga, conhecendo o espírito público do nosso grande Prefeito, conhecendo o espírito público do Cappellari, que se tem mostrado um Secretário de alto quilate, Ver. Braz, eu quero dizer, com certeza, que medidas já estão sendo tomadas, porque acho que há instrumentos para isso.

Há o recadastramento, que deve ser renovado anualmente. Será que o cidadão que aparece lá, que não é o permissionário, não deixa uma procuração lá dentro, um xerox? Será que não temos como checar isso?!

Agora, se tem que mudar a Lei, façamos a mudança. Não há problema nenhum. Mas, também, não pode ser fruto de uma cabeça brilhante que, num toque de caixa, muda a Lei, e fica tudo resolvido. Não é assim!

Aliás, eu acho que deveríamos nos somar numa ação conjunta com o Executivo, o Legislativo, o Ministério Público – o Ministério Público, que já abriu expediente. Não vai abrir: já abriu expediente.

E diziam no debate, ontem: “Não, vai vir a Copa, e temos que ter mais táxis, porque não há táxi para todos”. Mas eu não posso abrir uma licitação só em função da Copa! Para a Copa, eu posso resolver com fretamento. Quando acontece um congresso na PUC, que recebe cinco mil pessoas, a maioria dessas pessoas não vai para lá de táxi: vão de vans, de ônibus especiais. Porque, se eu licitar dez mil táxis para a Copa, vai faltar táxi. E, depois, o que vou fazer com esses dez mil táxis?

 

O Sr. Ismael Heinen: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero, rapidamente, cumprimentá-lo, dar os meus parabéns a V. Exª, e deixar o meu pensamento: esta Câmara de Vereadores não pode se omitir com relação a esse problema. Parabéns, está na hora de a Câmara de Vereadores assumir a sua parte nesse contexto. Obrigado.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Agradeço a sua contribuição.

Eu falei rapidamente com o Ver. Pedro Ruas, e vou voltar a falar com ele; inclusive, ele me disse que tem, segunda-feira, às 10h, um debate sobre esta matéria, mas, se for o entendimento, Ver. Cecchim, desta Casa, eu acho que nós poderíamos fazer uma Comissão Especial; está lançado, não depende da minha vontade, Presidente, depende da vontade da Casa, mas, se for para fazer, tem que ser em regime urgente urgentíssimo; se for para fazer uma Comissão daqui a 90 dias para tratar do assunto, é melhor não fazer. Aí, a Casa, depois que o Ministério Público fez, depois que o Executivo fez, aí a Casa resolve fazer; se for para fazer é para amanhã, e, se for para fazer, também não é para caçar bruxas, para fazer discurso contra ou a favor; é para apurar os fatos, melhorar a fiscalização e preservar os bons taxistas, porque eu digo que a grande e esmagadora maioria merece o aplauso de todos nós, mas o joio tem que ser apartado desse trigo, porque esses cidadãos que estão comprando placas e que estão fazendo esse comércio ilegal, eles estão manchando uma categoria que merece especial atenção de todos nós, porque prestam um serviço público, que são os taxistas.

Então, espero, e tenho certeza de que esta Casa não falha e não falhará em contribuir também para zelar pelo bom serviço de táxis desta Cidade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Ver. Sebastião Melo.

Está encerrado o Grande Expediente.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI (Requerimento): Srª Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do Srª Geci Prates, uma das fundadoras do Partido dos Trabalhadores, de Caxias do Sul.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Apregoo o Memorando nº 035/11, de autoria do Ver. Adeli Sell, que solicita representar esta Casa, no dia de hoje, no I Fórum de Mobilidade Urbana, como debatedor no Painel desta tarde.

Comunico a V. Exas que estive na abertura desse Fórum hoje pela manhã. Em momento oportuno, gostaria – e o farei – de compartilhar com V. Exas dados muito importantes sobre o tema do trânsito e do transporte coletivo, que, na fala do Diretor Administrativo e Institucional da Associação Nacional de Empresas de Transporte, Marcos Bicalho dos Santos, pude colher e entender um pouco mais sobre o sistema de transporte no Brasil, o porquê desse colapso.

O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Srª Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, Ver. Sebastião Melo, eu acompanhei atentamente, como é do meu costume, todos os pronunciamentos feitos desta tribuna, até mesmo os do microfone de apartes. E, mais uma vez, Ver. Sebastião Melo, o senhor aborda um tema de extrema importância; não que os outros discutidos aqui nesta Casa não o sejam, todos são, mas estou especificamente falando do tema que o senhor abordou no seu pronunciamento.

Em primeiro lugar, no meu entender, o senhor está no lugar certo e fazendo corretamente. Todos nós aqui fomos eleitos para fiscalizar e para acompanhar aquilo que nós entendemos que, na função pública, não está correta ou deixa dúvida. E o senhor fez colocações com muita propriedade e com bastante conhecimento do tema.

Nós temos aqui as Comissões Permanentes, como o senhor colocou; concordo com o senhor que é um tema da CUTHAB, e também concordo plenamente – que foi o Vereador que levantou essa questão de criar uma Comissão – de o senhor fazer parte dessa Comissão, encabeçá-la, junto com a CUTHAB, até mesmo porque é um tema de extrema urgência, no meu entender. Não é justa, não é correta, não é certa a forma como está sendo conduzida a questão da venda dessas placas de táxis. É totalmente errada. E eu quero dizer-lhe, de antemão, Ver. Sebastião Melo, que o senhor tem o apoio deste Vereador para dar continuidade, a partir de agora, a este tema, até mesmo porque é injusta a forma como está sendo conduzido – uns com muito e outros sem nada.

Aliás, Ver. Sebastião Melo, vivemos no País da desigualdade. Desigualdade até na questão de você poder ter a oportunidade de se inscrever, concorrer, sei lá de que forma, mas da forma correta e certa, para poder ter uma placa de táxi. O que não é correto, é que determinado cidadão, Ver. Ismael, não ter uma placa, mas ter 30, 20, 15; isso não é correto.

Mas eu quero afirmar, mais uma vez, Ver. Sebastião Melo, e dar-lhe os parabéns: eu defendo muito a questão desta Casa; e o senhor também, quando Presidente desta Casa, defendeu muito, a questão das Comissões Permanentes. As Comissões são feitas para os debates, mas defendo aqui também a questão desta Comissão que o senhor colocou, junto com a CUTHAB. Eu defendo o seu nome, Ver. Sebastião Melo, como Vereador proponente desse tema, que levantou o tema nesta tribuna, que seja o homem que encabece essa Comissão, que tem o apoio deste Vereador. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

Antes de iniciar a sua fala, Ver. Mario Fraga, solicito que o Ver. DJ Cassiá assuma a presidência, agradecendo a colaboração dos Vereadores e das Vereadoras nesta tarde.

 

(O Ver. DJ Cassiá assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. MARIO FRAGA: Obrigado, Presidente Sofia Cavedon, que esteve no Fórum da Mobilidade Urbana, hoje, lá no Plaza; Ver. DJ Cassiá, Vice-Presidente da Casa, assumindo os trabalhos neste momento, quero fazer uma saudação especial à nossa companheira Eni Canarim, do PDT, que nos acompanha desde quando entramos no PDT, seja bem-vinda, como sempre, aqui nesta Casa. Da mesma forma, saúdo a presença da companheira Jeannine Kercher, Diretora da Creche Cantinho Encantado, da Vila da Amizade, e que faz naquela região um belíssimo trabalho, é uma lutadora e está na Vila da Amizade há dez anos. O Ver. DJ Cassiá, juntamente com os Srs. Carlos Araújo e com o Francisco Pacheco, foi um dos desbravadores da Vila da Amizade; acompanhei essa evolução, porque eu também morava lá – chego a me arrepiar quando lembro desses momentos. Então, deu a coincidência de a Jeannine estar aqui, ela que faz um excelente trabalho lá na Vila, com o Ver. DJ Cassiá, Vice-Presidente desta Casa, hoje exercendo a presidência, o que acaba nos motivando a continuar a nossa vida política. Algumas vezes, a gente tem que enfrentar críticas, mas a gente também tem alguma história para contar – não é, Cassiá? Então, eu faço esse breve relato no meu Tempo de Liderança do PDT.

Eu queria falar sobre o Fórum da Mobilidade, que está ocorrendo no Plaza São Rafael, onde estiveram presentes a Presidente, o Ver. Comassetto, o Ver. Dr. Thiago e este Vereador – o Ver. Adeli encontra-se lá, neste momento –, participando do debate que dura o dia todo. Na verdade, nós quatro nos encontramos, Vereadores – e o seu nome foi bastante citado, Ver. Melo –, e, como estava presente também o Secretário Cappellari, nós aproveitamos para falar, naquele momento, sobre os lotações do Extremo-Sul, que é um tema bem debatido aqui. Há mais Vereadores que trabalham em cima desse assunto, mas a gente acabou falando sobre o Projeto de V. Exª, Sebastião Melo. O Executivo está quase fazendo um novo Projeto, um Substitutivo, mas como já há um Projeto aqui, eu conversei com o Diretor Luiz Afonso para ver a viabilidade de apresentar esse novo Projeto. Nós ficamos na dúvida, DJ Cassiá, se o Executivo pode apresentar um novo Projeto, já que há outros projetos apresentados aqui por Vereadores. Os Vereadores Sebastião Melo e Engenheiro Comassetto já tinham um Projeto. O Executivo está querendo apressar o processo, mas o nosso Diretor disse que, infelizmente, não é possível o Executivo substituir um Projeto do Legislativo. Então, vamos substituir o do Executivo, mesmo já estando na Comissão de Constituição e Justiça, com o acordo dos Vereadores que participaram mais ativamente desse projeto dos lotações Restinga e Belém Novo. Faremos uma reunião com todos os Vereadores que atuam mais diretamente nesse assunto – DJ Cassiá, Sebastião Melo, Reginaldo Pujol, representado pelo Suplente, Ver. Ismael Heinen.

Quero dizer que a criação das linhas de lotação para a Restinga e para o Belém estão mais próximos do que imaginamos, Ver. DJ Cassiá. Hoje, falando com o Dr. Cappellari, da EPTC, achamos interessante fazer uma reunião com todos os Vereadores que queiram tratar desse assunto dos lotações da Restinga e do Belém Novo, em cima de um Projeto do Executivo, com emendas de Vereadores. Acho que há vontade política, e, com certeza, no próximo ano, em 2012, nós teremos lotações em Belém Novo e na Restinga. Muito obrigado, e um grande abraço a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu quero aproveitar a grande presença de Vereadores que temos hoje nesta Sessão, quase a totalidade, e fazer um elogio ao Governo do Estado, Ver. Luiz Braz; nós que criticamos, muitas vezes, acho que temos que ser justos. Eu digo por quê.

O Governador Tarso Genro, nos últimos dias, tem tido uma postura de governante que se preocupa com o futuro e tem dado declarações importantes, Ver. Sebastião Melo e Ver. Oliboni, sobre os investimentos que estão acontecendo no Rio Grande do Sul.

Eu havia reclamado, há tempos, que eram investimentos que vêm sendo aplainados desde a época do ex-Governador Pedro Simon, quando criou o Fundopem. Esse mesmo Fundopem – que tem que ser atualizado, e foi atualizado –, por vezes é concedido exageradamente, por vezes faz com que percamos empresas por não entender como investimento. Enfim, o Governador Tarso Genro tem reconhecido que isso é um trabalho que vem de vários governos, inclusive do Governo Olívio Dutra, quando mandou a Ford embora, o que acho que serviu de ensinamento e lição de como não fazer.

Então, o Governador Tarso Genro está recuperando um pouco isso, recuperando aquilo que o Estado do Rio Grande tem de mais sagrado, que é a palavra de gaúcho – o que um Governo assume, o outro cumpre. É assim que se faz, com seriedade, todas as coisas das quais se trata.

Realmente, o Rio Grande do Sul vive um momento, como o Brasil todo, especial, em que muitos investidores querem vir para o Rio Grande, para um porto seguro de investimentos. O Rio Grande do Sul é um lugar que tem mão de obra qualificada, que tem empresários arrojados, que tem uma geografia importante para quem quer fazer a integração ou o comércio, porque, antes de começar a se falar em Mercosul, os nossos exportadores já estavam exportando.

Eu lembro do falecido Cláudio Strassburger, um dos pioneiros das exportações do Rio Grande do Sul; ele começou a viajar pelo mundo, com a sua pastinha, procurando investimentos.

Eu quero dizer que essas viagens que o Governador Tarso Genro está fazendo, a exemplo do que os outros governadores fizeram, são importantes. Tem que ir aonde há investidores – tem que ir o Governador, sim, senhor! Deixe a máquina trabalhando, bem cuidada, tem que ficar atento, mas o Governador tem que ser o vendedor do Estado e mostrar que aqui se cumprem contratos: contrato feito é contrato cumprido.

Por isso, Ver. Oliboni, o senhor não precisa me estranhar hoje, quando estou elogiando o Governo de V. Exª, o nosso Governo, do Rio Grande do Sul. Não votei no Governador Tarso Genro, mas acho que as coisas que são bem feitas têm que ser reconhecidas. Como critico muito o Governador por causa do Battisti – ainda não esqueci do caso Battisti, o criminoso italiano –, tenho que elogiar as atitudes que o Governador toma em relação a buscar investimentos. Quando se buscam investimentos, busca-se a criação de empregos, buscam-se mais impostos para o Rio Grande. Espero que tudo isso ajude a melhorar as coisas de que o Rio Grande precisa: que ajude a diminuir a “ambulancioterapia”; que ajude a arrumar as estradas que estão precisando; que ajude a trazer os estudantes de 2º Grau aqui para o Centro, pagando o transporte, o que está sendo prometido; enfim, que se cumpra aquilo que foi prometido em campanha e aquilo que é o dever de todo governante. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISMAEL HEINEN: Nobre Ver. DJ Cassiá, presidindo a nossa Sessão; nobres Vereadores aqui presentes, eu não poderia deixar, Ver. Luiz Braz, de aproveitar este tempo escasso da minha situação política, como 1º Suplente. Estou no lugar do Ver. Pujol, com muita honra; com certeza, ele vai voltar com os exames já feitos e o Relatório já bastante adiantado.

O que me deixa muito preocupado como Democrata deste País é a alta carga tributária. Ouvindo o meu colega Idenir Cecchim, elogiando parte das atitudes do nosso atual Governador, eu também tenho o direito, como Parlamentar, como pensador deste País, de discordar de certas coisas, principalmente porque estamos vivendo num País, como já falei antes – até peço desculpas pelas minhas emoções –, com uma carga tributária que não dá para aguentar mais. A nossa carga tributária está tão criminosa, dá para dizer, que não dá para aguentar mais, mesmo! Eu vou trazer dois exemplos rápidos, porque o tempo corre, nobre Ver. DJ Cassiá. Vamos pegar o exemplo de uma calamidade pública, um deslizamento, ou seja lá o que for: numa calamidade pública, eu chego à conclusão de que o único segmento que leva vantagem é o governo. O flagelado é o maior prejudicado, e quem acode esse flagelado quando ele mais precisa, quem vai lá comprar água mineral, comprar colchão, dar assistência? O governo aparece bem depois, e aí promete muitas coisas, mas não cumpre. O que ele promete? Adiantar o Bolsa Família e adiantar algum saque do Fundo de Garantia. Mas o imposto aumentou! Quer dizer, quem lucrou foi o governo, nessa massa arrecadatória.

Outra coisa que nos deixa indignado, quando falamos com essa população toda: houve essa crise do etanol, aumentou a gasolina, aumentou o álcool, aumentou tudo, e quem foi o único que teve vantagem nessa crise do álcool e da gasolina? Foram dois: a Petrobras, que é um órgão público, e o governo, que arrecadou um monte de impostos a mais. E quem pagou esse imposto? Fomos nós, sem querer pagar; nós pagamos um monte de impostos e não temos direito àquilo que nos é devido. A mesma coisa agora, já tem tanto penduricalho nessas taxas dos automóveis, e agora estão inventando uma inspeção veicular. Além daquela taxinha, que começa pequena e depois vai se avolumando, que nós somos obrigados a pagar para andar de automóvel, agora vamos ter que trocar peças, de repente até em concessionárias já pré-direcionadas pelo Poder Público, para que elas vendam mais, para que a gente gaste mais e para que alguém arrecade mais.

Vamos parar por aí, gente! Vamos parar de criar cargos em comissão, vamos parar de criar secretarias! Gente, vamos enxugar um pouco essa máquina, com isso, não seria necessário aumentar impostos, criar impostos, pisar nos direitos adquiridos. Não interessa quem ganha mais ou quem ganha menos, se hoje se tira o direito adquirido de quem ganha mais, amanhã se tira de quem ganha menos.

Então, essa intervenção eu tinha que fazer pela minha ideologia política; eu não poderia me calar contra essa enxurrada de impostos e contra um benefício negado ao povo brasileiro, principalmente a quem mais trabalha, quem menos recebe e sofre mais. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. DJ Cassiá; saúdo os meus colegas Vereadores que estão presentes e todos aqueles que nos acompanham pelo Canal 16 e pela Rádio Web; com certeza, nós teríamos muito a dizer dos governos tanto federal como estadual. Durante muitos anos, nós, Vereadores, acompanhamos assiduamente os vários debates políticos que se deram e se dão ao longo da história, mas percebemos claramente que a partir do Governo Lula houve uma aceitação muito melhor ou muito mais presente dos demais governos, porque me dá a impressão de que esses governos mais à esquerda, democráticos e populares, deram mais espaço para o povo falar, e para as instituições também poderem implementar sua política de trabalho. Falo, por exemplo, da Polícia Federal. Se nós fizermos uma pesquisa de qual a instituição que tem mais credibilidade, com certeza a Polícia Federal e o Ministério Público, hoje, têm uma aceitação bem melhor do que tinham anteriormente. Então, os Governos estão se sucedendo e estão percebendo que é importante, sim, ouvir a sociedade. Dos instrumentos democráticos que existem – e também os são as câmaras de vereadores, as assembleias legislativas, as audiências públicas –, com certeza, o Ministério Público também tem tomado esse espaço tão importante de ouvir o cidadão quando há dificuldade de fazer uma intermediação entre a sociedade e o Poder Executivo. Por essa razão, creio que houve muitos avanços.

O Governo Tarso, o Governo aqui do Estado do Rio Grande do Sul, numa aliança anterior à eleição, que se deu com o PCdoB e com o PSB, Ver. Idenir Cecchim, e que depois foi ampliada para um Governo de coalizão com PDT, PTB e outros, realmente consolida uma ideia de que é preciso governar para todos. Não dá para um Partido ganhar a eleição – e experiência todos nós temos – e simplesmente radicalizar com uma política única, porque é a do Partido. Nós percebemos e aprendemos, ao longo dos anos, que é preciso ponderar e ouvir os diversos segmentos, como também os Partidos. Nessa coalizão, possivelmente, os Poderes Executivos acabam aprendendo a governar e a ceder.

Não foi por acaso que o Governador Tarso viajou e deixou aqui o Vice-Governador, tomando conta da Casa, é porque neste Governo há uma certa confiança de que é preciso governar para todos, independente de quem está ali compondo o Governo, ao contrário do anterior, em que a Governadora não tinha segurança, portanto ela estava um pouco presa, no sentido de que poderia voltar e ter sérios problemas. Hoje, olhando um pouco de fora, percebemos que é preciso, sim, a unidade dos Partidos – se não for assim não se consegue governar –, como faz o Governo Municipal, com maioria aqui na Câmara; como faz o Governo Estadual, com maioria na Assembleia Legislativa. Então, esses movimentos consolidam uma opinião e um projeto estratégico a curto, médio e longo prazos. Eu tenho certeza absoluta de que o período de quatro anos do Governo Tarso vai deixar um caminho muito melhor do que os governos que o antecederam, até porque se pensa para amanhã, pensa-se para daqui a 10, 20 anos. Por isso falamos no metrô, por isso falamos no apoio, no incentivo às grandes, médias e pequenas empresas que se estabelecem aqui no Estado.

Então, é evidente que nós queremos, junto com esses Partidos e com a sociedade, consolidar projetos estruturantes e importantes que levem para o cidadão, independente de onde ele esteja, uma maior possibilidade de saúde, de emprego, de possibilidade para os empreendedores, sejam pequenos, médios ou grandes, para poderem ali, na sua região, consolidar projetos estratégicos que são de vocação regional.

Portanto, com certeza, é de extrema importância esses governos que vêm de coalizão para governar em nome de toda a sociedade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 1960/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 069/11, de autoria do Ver. Bernardino Vendruscolo, que estabelece a reserva de área nas proximidades do Parque Marinha do Brasil e da Avenida Beira Rio para fins da instalação de monumento em homenagem ao Movimento Escoteiro do Brasil e dá outras providências.

 

PROC. Nº 2175/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/11, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Walter Emílio Schneider o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 6032, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 2176/11 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 080/11, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Derocy Peres de Palma o logradouro público cadastrado conhecido como Rua 6033, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. Nº 2252/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 021/11, que cria cargo em comissão na Secretaria Especial de Acessibilidade e Inclusão Social (SEACIS) e inclui inc. XXII no art. 1º da Lei nº 8.689, de 28 de dezembro de 2000, atribuindo verba de representação ao posto criado. (CC de Gestor C NM)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Não havendo quem queira discutir a Pauta, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 16h41min.)

 

* * * * *